Biscoitos da sertã

Vila Flor

Separador

É doçaria longeva e de rotina romeira – tanto de carácter natalício como relativa às festividades da Senhora da Assunção em Vilas Boas. Simples de fazer! Para uma família vileira e de Natal à porta (…).

Batem-se muito bem quatro ovos com duzentos e cinquenta gramas de açúcar. Em seguida deita-se a raspa e o sumo de uma boa laranja, depois meia chávena de azeite, uma de leite e um cálice de aguardente bagaceira, e no final um quilo de farinha triga com o fermento. Modelam-se à mão, um a um, em formato de rosquilha, e fritam-se em bastante azeite num recipiente fundo, de modo a que fiquem bem fritos, sempre a virar e em lume brando. Depois de fritos, colocam-se em papel absorvente e polvilham-se com açúcar e canela a gosto. Atenção: a massa não pode ficar nem muito dura nem muito mole – é o único segredo.

O termo “sertã” é de utilização comum em Trás-os-Montes e significa frigideira. E consta, como tal, em todos os dicionários de linguagem transmontana.

Estes biscoitos da sertã estão ainda presentes, para além da presença obrigatória nas festividades da Senhora da Assunção em Vilas Boas, nos cestos das romarias e em datas nomeadas.

A particularidade de a fritura ser em azeite de Vila Flor confere-lhe um sabor apaladado distintivo.