Pudim Azeitado

Mirandela

Separador

Acasalavam-no com compota de azeitonas e umas cascas de laranja caramelizada! Prática associada às dinâmicas decorrentes das euforias sociais dos anos sessenta com a implementação do Complexo Agro-Industrial do Cachão. Foram quase trinta anos de novas vivências gastronómicas.

Na Terra Quente Transmontana seria assim: onde havia azeite e méis em fartança ― azeite de aparto, azeite do cedo, e mel o mais floral possível ― azeitavam-se os "pudins de mel". Ou seja: faziam-se pudins azeitados ou pudins de azeite e mel. Quanto à compota de azeitonas, doce de registo popular e com o mesmo tipo de frutos usados na pasta dos segadores ― principalmente as denominadas «sapateiras», era ajeitada numa moenda azeitada com o mel de adoçante, para barrar o pão, logo pela manhã.

O pudim. Deite numa tigela todos os ingredientes necessários: ovos, açúcar, um golinho de azeite, mel de floreio cítrico ou de rosmaninho, raspa de limão e - dizem que lhe fica bem - um cheirinho de erva-cidreira; bata-os à mão, até tudo ficar bem ligado e o açúcar derreter completamente. Coloque o preparado da batedura numa forma previamente untada de azeite grosso e leve a cozer em forno medianamente aquecido. Deixe descansar na forma e desenforme de seguida para o prato de serviço. Atenção: ao bater os ingredientes, a tigela deve estar mergulhada num recipiente com água quente para ajudar à dissolução do açúcar; e o melhor azeite à mistura é um azeite novo ligeiramente amargo-picante - das primeiras prensadas. Na altura de servir, pode ainda ser regado ao de leve com um fio de azeite.

A compota de azeitonas: basta passar pelo ralador meio quilo de azeitonas descaroçadas, em modo a dar para o grosseiro - a sentir-se o trincado dos frutos, - levar pouco menos de meio quilo de açúcar a ponto de espadana, misturar-lhe a moenda conseguida e mexer bem. De seguida, é só adicionar um ovo completo razoavelmente batido, raspa de limão e um fio de mel.