Barquinhos

Alfândega da Fé

Separador

São doces tradicionais do concelho de Alfândega confeccionados à base de amêndoa e ovos. Leva-se o açúcar, a amêndoa e a manteiga ao lume a fazer ponto, não muito alto. Batem-se as gemas, deita-se a farinha e enchem-se as fominhas previamente forradas com uma massa confeccionada à base farinha, ovo e manteiga e leva-se ao forno. Este doce está estritamente ligado a um outro-Rochedos - pelo facto de apenas utilizar na sua confecção as gemas e o outro as claras.

Num vídeo https://www.youtube.com/watch?v=I3zIqrJKsbc de curta duração, 2’33’’, a Dona Raquel Pimentel conta-nos histórias antigas deste doce. Folheando um caderno manuscrito de receitas conta a história da sogra que recebeu de sua prima, governanta numa casa senhorial em tempos de outrora, esta receita conjuntamente com tantas outras conventuais.

Os Barquinhos, que foram buscar o nome à proximidade do rio e à tradição da passagem da barca de uma margem para a outra do rio, estão associados à existência remota do Santuário de Santo Antão da Barca, que se situa perto de Vilarchão e Parada, terras de onde se pensa que seja originária a receita. Sabe-se que nesse local existia uma barca que transportava de uma margem para outra do Rio Sabor pessoas e mercadorias, facto que terá estado na origem do nome deste Santuário e que explica a forma e designação destes doces. Estes doces reportam assim, a memórias que se perdem no tempo do “último rio selvagem” de Portugal, Sabor de seu nome, cujas travessias lhe determinaram a forma.